fui assistir metropolis do fritz lang no teatro municipal, com a orquestra sinfonica tocando a trilha sonora feita pra essa nova copia do filme. tela pendurada na boca da cena. sentamos no anfiteatro, a cincao, e tudo bem não fosse o babado da cortina cobrir a primeira linha da legenda. eram sempre duas linhas...
aguentei firme as duas horas e tanto do filme por compromisso cultural, porque se trata de um “documento historico”. mas concluí que ter que idolatrar metropolis, pq afinal é metropolis do fritz lang, é um peso... na verdade, nao tenho mais saco pra ir assistir um filme com os olhos prevenidos (nao tem graça) e metropolis tem uma bagagem imensa.
sendo assim...
parece que a força do filme não resistiu ao tempo por causa dos recursos tecnicos. tudo ficou infantil. a cidade de papelao não consegue ser opressiva e a historia é previsível -- filho de industrial opressor que se apaixona por mocinha pobre e acaba abraçando a causa dos oprimidos.
o drama se quebra toda hora, muito porque a expressao corporal das pessoas ficou estranhissima pra nós, e olha que o filme foi passado a 20 quadros, do jeito que foi concebido, então o ritmo é normal e não rapidinho como os filmes do chaplin que a gente vê vida afora, projetados na rotacao errada.
eu ainda sinto um calafrio quando penso na ambientacao de laranja mecanica e lembro como a los angeles de blade runner (que foi inspirada em metropolis) era deprimente, lotada de gente e com aquela chuva que não parava nunca. a cidade onde as pessoas circulam no filme brazil é opressiva e te deixa minúsculo.
deve ser uma obviedade o que estou dizendo, mas foi essa a “experiencia” de ver metropolis. e eu não parava de me lembrar de tempos modernos do chaplin, que eu adoro, dou risada. foi feito em 1936, nove anos depois de metropolis, e o tema é o mesmo, o homem dominado pela máquina. só que o filme do chaplin é uma comédia... será que é por isso que resiste?
a r q u i v o
2.5.02
Postado por
jupix
às
12:16 AM
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