Lost in translation

Sou fã da Sofia Coppola desde O Poderoso Chefão, que o pai botou ela atuando de noiva e todo mundo pichou, dizendo que ela era feia. Não era, era interessantíssima, com seu narigão. Depois ela virou diretora e fez Virgin Suicides, de que gostei muito. Lost in Translation é igualmente adorável. É um filme sobre dificuldade de comunicação, tema aliás declarado no título. Já li por aí que o filme trata de amizade, mas pra mim aquilo que acontece entre eles é amor platônico, seja por causa da diferença de idade, porque os dois eram casados com outras pessoas, porque tinham que voltar para casa e retomar suas vidas, enfim, havia barreiras, e então eles se relacionaram da forma que foi possível. Só achei que o reencontro deles na rua, com o beijo-selinho, quase estragou o filme. Dá a impressão de que foi o produtor que mandou ter essa cena, e não a Sofia, porque o recado dela já tinha sido dado fazia tempo, sem beijo nenhum. E a graça é justamente eles não chegarem a ter contato físico e o amor nascer do mesmo jeito.