a r q u i v o

25.1.05

Resmungando sobre o filme Closer

Numa palavra: afetado. É um filme sobre fantasias sexuais X relação amorosa duradoura, que parece dirigido por um amish puritano, assessorado por um consultor de estilo fetichista que finge querer que a gente sinta compaixão pelos 4 personagens urbanos modernosos (que são fracos, angustiados, perdidos, e só fazem besteira), quando na verdade quer que a gente sinta inveja deles, porque afinal são todos atores lindos de Hollywood.

Ainda por cima se passa em Londres, a Aparecida do Norte dos modernos e indies. Ainda por cima é uma adaptação de peça de teatro, o que fica logo evidente, no mau sentido.

Os diálogos são hiper canastrões, desde a cena inicial: os personagens do Jude Law e da Natalie Portman, que nunca se viram antes, cruzam o olhar na rua, no meio da multidão anônima a caminho do trabalho; flertam, sorriem (tudo em câmera lenta), até que ela atravessa a rua, é atropelada por um carro, cai, pessoas a cercam, incluindo o Jude; não sabemos se morreu; ela está com o rosto virado pra lá, sangue na testa; de repente, ela vira o rosto para a câmera, encara o Jude e diz Hello, stranger... Nossa, não consigo imaginar algo mais canastra que isso, a fulana tá estropiada no meio da rua e ainda tem cabeça pra seduzir o cara e, pior, com uma frase boko-moko dessas? Tenha dó!

A cereja do bolo é o sotaque britânico do Jude Law, afetado e insuportável. Na hora eu dei um desconto porque pensava que ele era americano, mas depois vi que ele nasceu na Inglaterra, o que significa então que ele é mau ator mesmo.

Com Natalie Portman, Julia Roberts, Jude Law, dirigido por Mike Nichols.

Nenhum comentário: