I know it’s only rock ‘n’ roll but I want a Nobel Peace Prize

Trecho de entrevista na Folha de ontem:

Bono — "...eu não apóio publicamente nenhum partido político, de direita ou esquerda. Mas eu digo o seguinte: será necessária uma combinação entre direita e esquerda para resolver os problemas no Brasil. Precisamos de mais habilidades nos negócios, mais empreendedorismo e sensibilidade para as necessidades das pessoas."

Vem cá, desde quando o Bono Vox entende alguma coisa do Brasil?

Começa que ele desceu do avião e foi logo tirar foto com o Lula, crente que tava abafando.

No show do Morumbi (vi pela TV), a certa altura jogou pra cima da platéia um apelo totalmente do além — começou falando que não era pra existir só o "american dream", tinha que existir também o "latin american dream"... e então, com um sorriso beato e olhos semi-cerrados, começou a declinar países — Chile! Mexico! Peru! A platéia ignorou. Dava quase pra ver o ponto de interrogação na cara das pessoas. Ninguém contou pra ele que a ligação emocional que São Paulo tem com outros países da América Latina é praticamente nula. A exceção dessa regra ele aprendeu rapidinho, quando resolveu insistir e gritou — Argentina! — foi aquela vaia monumental — Uuuuuuuuuuuuuuu!! — e ele ficou com aquela cara de bunda, mas como showman calejado que é, tratou logo de emendar, bem puxa-saco — Brasil!! — aí a platéia ficou dócil de novo e zuzo bem — Êeeeeeeeeeeeeee!!

A outra gafe foi quando o enorme telão no fundo do palco mostrou quatro imagens em seqüência — bandeira do Brasil, cara do Lula, bandeira americana, cara do Bush (?!?!?). A platéia vaiou sonoramente quando apareceu a cara do Lula e não se sabe se no segundo seguinte a vaia era pro Bush também, o fato é que as imagens sumiram rapidinho.

Que cara chato.

Bono, faz como o Mick Jagger, vai, cala a boca e canta.