assisti o documentário dig! na mostra, é muito bom. o anton newcombe, do brian jonestown massacre, tem um carisma absurdo, é egocêntrico, briguento, anárquico, visionário, e faz músicas lindas. pra alguns ele deve ser um otário, mas ele não parece ter evitado o "esquemão" de gravadoras e contratos durante tanto tempo só pra fazer pose, o cara banca a visão de mundo dele com ações concretas -- depois do filme, eu fui no site deles e vi que simplesmente todas as músicas de todos os discos da banda, são uns 10 discos, estão lá disponíveis pra download, de graça, em formato ogg, que é o mp3 do software livre. radical. e ele não tem medo que as pessoas deixem de comprar os discos da banda por causa disso. numa entrevista que eu li na internet depois de ver o filme, ele fala sobre isso, que é algo que eu sempre tenho a expectativa de que já esteja disseminado entre as bandas pop, especialmente as pretensamente "rebeldes", mas incrivelmente não está. lendo a entrevista dá pra ficar pensando o quanto tantos artistas pop são ainda conservadores, o quanto não absorveram nem encamparam o fenômento iniciado pelo napster, que é obviamente irreversível:

As copyright owner of all of BJM's music, he [Anton Newcombe] has posted everything the band has recorded on the net for free download.

"I have no interest in the cookie-cutter mainstream music industry as it is because I see it as a failed business," he says. "So we're experimenting with different forms. We get millions of downloads."

Newcombe doesn't buy the argument that if people can get music for free they won't buy his records.

"I have hard data to prove that they do," he says. "People running the multimedia companies worldwide, they're not interested in music. They're in those jobs because they can handle the pressures and the responsibilities of handling billions of dollars. So the reality of the situation is, why should they decide when my career is over or when it should start? The business depends on ideas, and people that create will always have the commodity: ideas."

But it's not all about fighting The Man.

"What do you want to use your life for, what do you want your life to be about, you know?" Newcombe says. "I want my life to be positive. I write love songs for a living. Know what I mean? It's a good job."

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