a r q u i v o

25.3.07

blow-up

bela hora em que uma amiga emprestou o dvd desse filme do antonioni. sabe o que é rever um filme décadas depois e achar que não envelheceu nada? é lento mas não cansa, não é fissurado, as cores são lindas, os personagens são glamurosos, a maneira como ele mostra a cidade (londres) é super legal, o que o fotógrafo encontra ampliando as fotos é fascinante...

fora isso, que prazer ir na internet pra saber mais sobre o filme e achar no new york times a crítica que foi publicada no dia seguinte da estréia nos estados unidos, em dezembro de 1966 (e não precisa pagar pra ler essa crítica, basta se cadastrar no site, não expira nunca).

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revendo blow-up depois de tanto tempo fui lembrando que quando eu tinha tipo uns 16, 18 anos era obrigatório assistir - e gostar! - dos cineastas e filmes cult da época, tipo, os caras da nouvelle vague francesa, do neo-realismo italiano e tal: godard, vittorio de sica, rosselini, bergman, truffaut, fellini, antonioni. fellini e truffaut era fácil gostar; duros de roer eram o bergman e o godard. me lembro que vi o sétimo selo e não entendi patavina, filme super enigmático, cheio de símbolos pra iniciados - ainda por cima o protagonista era o max von sydow, ator que sempre me meteu medo *. a chinesa do godard foi um suplício de chatice que me fez sair no meio, lá no cine clube bixiga. mas entre amigos queríamos nos exibir, claro, e sempre discutíamos os filmes como se tivéssemos sacado todas as coisas mais herméticas. ah, não dá pra esquecer do ano passado em marienbad, do alan resnais, que assisti num lugar da moda na época, um galpão meio muquifento chamado carbono 14. nossa, as imagens eram bonitas mas era um história sem pé nem cabeça super introspectiva, putz, duro de aguentar.

* em hannah e suas irmãs, o woody allen coloca o max von sydow como um pintor ultra erudito, que acha o mundo e as pessoas um lixo, e que quer toda hora segurar a namorada em casa pra assistir documentários sobre o julgamento de nuremberg e coisas do gênero. o woody allen, que idolatra o bergman, também deve ter pavor da gravidade sueca do max von sydow.

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